sexta-feira, 27 de junho de 2008

Gaita de Madeira

GAITA DIATÔNICA DE MADEIRA BRASILEIRA

A gaita diatônica profissional, antes só de plástico ou de pereira importada, já está sendo fabricada com dez espécies alternativas brasileiras. O instrumento será lançado segunda (24), às 14h30, em comemoração ao 14º aniversário do Ibama, com uma apresentação de blues e de diversos ritmos brasileiros, disponíveis em CD e em CD-Rom, que o músico profissional de Brasília Pablo Fagundes gravou como testes acústicos para sua tese de graduação em engenharia florestal pela UnB, orientada por Mário Rabelo – que estuda as madeiras com essa finalidade desde 1983, ainda no antigo IBDF, um dos quatro institutos que formaram o Ibama. O também estudante de engenharia florestal da UnB e músico, João Santana, acompanhará no violão.

O engenheiro-músico montou seis gaitas fabricadas com as espécies amazônicas Açoita-cavalo, Ipê e Louro, com as quais pretende difundir a importância do projeto do LPF/Ibama. "Estou maravilhado com os timbres produzidos pela gaita de madeira", resumiu o gaitista que toca profissionalmente em duas das muitas bandas de Brasília: a Pé de Cerrado (ritmos brasileiros) e a Celso Salim (só de blues). Ele disse que o projeto do LPF/Ibama beneficiará principalmente os gaitistas de blues devido ao timbre especial produzido pelo instrumento de madeira até então importado e caro.

O projeto da gaita foi desenvolvido em oito meses. Na parceria, a Hering Harmônicas forneceu as placas de voz, o corte da madeira e as ferragens. O LPF/Ibama entrou com a escolha e a indicação das espécies, o tratamento das madeiras, a preparação das fichas e os testes de ressonância desenvolvidos pelo físico Mário Rabelo de Souza, além da montagem do instrumento. Com o sucesso da gaita diatônica de espécies brasileiras, a Hering quer participar dos outros projetos de uso de madeira brasileira em diversos instrumentos musicais. A empresa já está produzindo as gaitas em escala industrial, inclusive para exportação, e as apresentará ao mundo no início de março em uma feira internacional na Alemanha.

As 10 espécies alternativas da Amazônia testadas e aprovadas pelo LPF/Ibama para uso em gaitas: Louro, Amapá-doce, Breu-sucuruba, Copaíba, Ipê, Maçaranduba, Mogno, Açoita-cavalo, Tocacazeiro e Tauari, a mais utilizada pela fábrica catarinense em sua segunda linha de produção do instrumento, substituindo definitivamente o plástico pela madeira brasileira. Mário Rabelo informou que o Mogno (com exploração proibida no País) só foi usado como parâmetro de qualidade para as demais espécies na manufatura desses instrumentos.


thanks Mari

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