terça-feira, 5 de setembro de 2006

Algumas novidades do front

Primeiro que a Mari foi de férias prá Argentina, visitar o Nicholas e os outros gaitistas argentinos que a galera conheceu quando o Howard Levy veio ao Brasil, em meados de Março-Abril deste ano. Passei para ela um gordo envelope cheio de vídeos, mp3, e outras coisas como um presente para nossos amigos argentinos. Ontem a Clara me repassou trechos de um chat onde o Nicholas (acho que era ele) agradecia e, mais importante, dizia que iria repassar o material para a galera de lá.

A galera da Argentina pode vir a me conhecer pessoalmente caso o gaitista Carlos Del Junco, cubano radicado no Canadá, venha apenas a Buenos Aires se apresentar, passando direto pelo Brasil. Claro que estamos mexendo os nossos pauzinhos para extender a visita dele ao Brasil, mas garantido mesmo por enquanto é só em Buenos Aires, entre o fim de Novembro e o início de Dezembro deste ano.

Aí fui para São Paulo ver qualé a da Bends, a nova fábrica de gaitas brasileira, que fica instalada num meio-caminho entre São Paulo e Santos. Eu não cheguei a conhecer a fábrica, mas conheço vários que foram. A fábrica está investindo pesado e já tem uma linha de gaitas planejadas para serem lançadas no início do ano que vem ou, com sorte (mas não conte com isso), ainda este ano.

O visual das gaitas é muito legal, mas só pude tocar na "free blues" deles. Parece uma gaita bacana, mas eu confesso que eu só consigo distinguir entre Lee Oskar, Hohner e o resto. Ouvi elogios quanto à chave da cromática. Eles estão basicamente expondo os protótipos, alguns ainda com parafusos temporários. Infelizmente, vi e ouvi um monte de coisas que eu ainda não posso contar aqui, mas já vou adiantando que eles estão cheios de boas idéias. Uma delas, por sinal, a fabricação de gaitas em tons Low e outras afinações a la Lee Oskar. Sem dúvida, um grande espaço de mercado no Brasil. Aguardem boas novidades tb no site, que promete também.

A entrada da Bends no mercado também aquece o mercado e coloca as concorrentes, leia-se Hering, numa nova situação. Enquanto o stande da hering contava com shows dos seus endorsers Big Chico e Jefferson Gonçalves, e com a nova diatônica "Delta Blues" (ganhei uma para analisar, pesada, lembra uma hering blues em corpo de madeira), a Bends tinha um stande maravilhoso, estilo vintage 50's, com uma lambreta, uma jukebox e uma pipoqueira que distribuía pipocas em pacotes da Bends. Muitos brindes e pocket shows com André Carlini, Rodrigo Eberienos e Ivan Márcio. Conheci também o Carlos May, marketeiro da Bends, e a maioria das coisas que eu não posso contar vieram dele. Promete. Promete mesmo.

Na feira também haviam gaitas suzuki, ainda tímidas no Brasil, gaitas "Rex", que nada mais são que gaitas hering com outro nome (inúmeras especulações sobre o motivo da existência dessa marca) e claro, as gaitas chinesas de 5 reais. Na mesma feira, um acordeon MIDI, indicando talvez um caminho em breve para a gaita MIDI (mas sem os bends), o que não me empolgou tanto assim. Se fizerem com os bends, aí sim. Se fizerem numa XB-40 então, ou numa cromática, aí o cenário vai mudar MUITO de figura.

Conheci também o Jacques, o contato comercial da Hering. O cara acabou de entrar na Hering e já está na fogueira. Cara muito bem intencionado. Boa sorte para ele. Não dá para esperar uma mudança brusca na política da Hering, ainda mais num momento em que a empresa começa a apostar em outros instrumentos além da gaita. Fica a dúvida se a Hering vai contra-atacar ou se a Hering vai simplesmente ceder o mercado e tentar lucrar mais com instrumentos mais caros. O que é mais provável é meio claro.

Também passei na casa do Carlini, onde a sala de estar é um templo dedicado à música. A casa do cara é muito legal, e estavam lá vários alunos, incluindo o temível gaitagroove, um rapaz polêmico, de opiniões arraigadas e que não quer levantar antes do meio-dia para fazer a revolução ;-). Mas também conheci o Tostines e fui no show dele, muito bacana, numa livraria igualmente bacana. Aliás foi na casa do Carlini que eu toquei numa bends e onde eu ouvi a prévia do novo CD do Eberienos, um gaita-e-violão gravado ao vivo muito bom, 70% cromática, com algumas acrobacias em 12 posições e uma versão muito boa de Summertime. Não percam por esperar.

Também encontrei inusitadamente com o Leandro Ferrari, que estava vendendo os equipamentos em SP e dando uma conferida na feira. Parece que ele está com um CD de drum'n'bass saindo do forno e alguns outros projetos no gatilho. Ontem passei boa parte da tarde trocando emails quilométricos com ele e acho que chegamos a algumas boas conclusões. Vejamos, quem viver verá.

No mais, foi um prazer conhecer o Sérgio, que mantém o excelente blog http://gaitablog.zip.net/ e que deve dar uma cobertura mais detalhada da feira, embora eu tenha feito quase 2 horas de filmagens da viagem toda, incluindo uma performance do Eberienos de jogar a gaita fora. Foi bom rever o pessoal de Campinas (Eisinger, Xavier...), o pessoal de Santos (Morenno, Lu Vaz), e claro, last but not least, Clara, Ulysses, Paulinho, Melk e Gaspar.

Enquanto isso, discute-se no orkut sobre o cenário da gaita em BH (aliás, minha longa discussão, amigável porém sincera - de ambos os lados - o que é ótimo, com o Ferrari começou por causa deste post e um pouco da forma como o Leandro administra a comunidade, mas enfim. É um post que vale a pena ser lido por quem está por fora da gaita em BH. Mas no fim das contas, foi a velha conclusão de que deve-se unir forças e etc. A novidade porém é que começou-se a definir o COMO nessa história, e vamos ver o que sai do papel e o que não sai. Mas já é um começo.

E tem a barbearia, que anda bem parada. Com a minha falta de tempo e enquanto outros barbeiros não assumem, ela fica esperando por um lugar fixo e por patrocínio. Sim, patrocínio. A barbearia custa, no espaço Myra, exatos R$ 45 pelo aluguel do lugar. Pode parecer piada, mas mesmo fazendo quinzenalmente, não se consegue juntar 10 pessoas no lugar, então quem pagava a diferença era eu.

Por um tempo, a barbearia foi para a escola de esgrima e a grana ia para a faxina, e mesmo assim foi esvaziando. Foi proposto então que a barbearia tivesse lugar e data fixos para facilitar a divulgação, mas sem um lugar fixo, a barbearia não tem como sobreviver e está fadada a acabar, como a barbearia original em Washington, e tantas outras iniciativas em BH.

Talvez o Ferrari esteja certo e eu esteja errado. Ele vê com olhos otimistas o cenário em BH, que este ano teve shows como Rod Piazza e Sérgio Duarte, shows constantes de blues no Freuds e no Utópica, e a própria barbearia, que durou até muito, se considerarmos o ano de copa e o ano eleitoral. O Deja Blue deve voltar a tocar em breve, o Free Hand surge como mais um nome, o Hot sobreviveu ao split e à troca dupla de baixista, assim como o Nasty e o Osmar está voltando a tocar. Marcelo Batista se aposentou como professor e agora se dedica à gaita, lançou CD, mas ainda não vimos shows. Einhorn deu um pulo aqui. Gabriel Grossi também. Carlini, Eisinger, Clara e Xavier também. Não está ruim. Talvez eu que esteja rabugento mesmo.

Até porque a barbearia pode voltar a qualquer hora. Eu tenho fé. A barberia me dá fé.

Mas enfim.

SBRAH 2010. Meu mantra.

3 comentários:

  1. Kenji,

    Muito bom o post, valeu a pena ler até o fim!

    O Jacques me falou por tel. que a idéia do diferencial da Delta Blues é que ela é mais confortável as mãos segundo quem experimento, ele me disse que ela é um pouco mais baixa!!!

    Depois vc me fala se procede a informação!

    Obrigado por indicar o blog!!

    abraços!

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  2. Desculpa num fui claro na msg anterior. O que o Jacques me disse foi que a Delta Blues é mais confortável de segurar por ser mais baixa! A diferença é anatômica segundo ele!

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  3. vou conferir, mas não sozinho

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