domingo, 21 de maio de 2006

Resenhando o CD do Marcelo Batista

aí o Tarcísio me passou o cd do Marcelo Batista e Cesar Brito, "cordas e harmônicas"

são 10 faixas, o cd não está a venda, até onde sei, pela web, só pelo telefone do marcelo mesmo.

bem, eu não vou ser nada imparcial aqui. o Marcelo é prata da casa daqui de Belo Horizonte e a qualidade do trabalho dele está no melhor nível possível. Pessoalmente, eu acho que o Marcelo devia estar agora é na Áustria tocando com orquestras sinfônicas e não aqui em Belo Horizonte, mas enfim, o mundo não é a coisa mais justa que existe.

o cd, que eu considero histórico, já que faz uns 15 anos que eu aguardo um cd do Marcelo Batista (isso mesmo, eu aguardava isso faz 15 exatos anos), é antes de tudo um registro do estilo, habilidade e o talento dele.

a primeira coisa que eu acho interessante ressaltar do estilo do Marcelo, que eu considero único, é que ele é "o elo perdido" entre o que eu acredito que são as duas grandes vertentes da cromática do Brasil, que eu chamo carinhosamente de "a escola Maurício Einhorn" e "a escola Ronald Silva". Ou em outros termos, eu chamaria de "A escola carioca moderna" e "A escola paranaense clássica".

na minha cabeça atormentada, eu acredito piamente que existem duas grandes escolas de cromática no Brasil, e que o estilo que o Ronald toca influenciou gaitistas como o Benê e todos que tocaram na Orquestra de Harmônicas de Curitiba, enquanto o estilo do Einhorn influenciou uma geração de gaitistas cariocas e brasilienses como o Gabriel Grossi e o Pablo Fagundes. Ambas as escolas são geniais e seus respectivos mestres são verdadeiras jóias da gaita, e cada uma encara a música de um jeito. Particularmente, eu acho a "escola paranaense" mais influenciada pelos gaitistas mais antigos como Borrah Monevitch e usa certos trejeitos e vibratos de gaita, efeitos "das antigas", enquanto gaitistas como o Grossi praticamente dispensam vibratos de cromática. São estilos.

o Marcelo tem características de ambas as escolas e por isso eu acho ele sui generis. Ainda, ele tem características do som dele, como o famoso vibrato no bend que cria uma tensão curiosíssima, naquela velha história do Allen Holmes de que o blues se cria nas comas. E pelo fato do Marcelo ser um cara da MPB, do Jazz, do Chorinho e da música clássica, fica mais interessante ainda pq é um recurso blueseiro que ele incorporou à linguagem sofisticada do jazz.

o Tarcísio tinha me pedido para prestar atenção à versão dele de Autumm Leaves. A minha teoria é que o Osmar tinha pensado nisso antes e que depois que ele ouviu o Osmar tocando, ele resolveu tocar também. Eu realmente não sei, nem sei se um ouviu o outro tocar e afinal é uma standard do Jazz. Mas o fato é que essa faixa em específico foi gravada com o Jimmy na bateria e acho que vcs já devem estar cansados de ler eu babando ovo pro Jimmy, pq o Jimmy realmente é outro daqueles músicos que a gente tem MUITA sorte que more em BH. Mas o fato é que é uma faixa boa, mas eu AINDA prefiro a versão do Osmar, principalmente pq eu acho que é "a música do Osmar", ou um dos inúmeros pontos altos dele (não são poucos).

em compensação, a faixa "Cordas Harmônicas", na minha opinião, mostra o melhor do melhor do Marcelo. Uma faixa claramente influenciada pela sonoridade do Franz Chmel, é provavelmente uma das faixas de cromática mais impressionantes que eu já ouvi. Aliás, é assustador ver um gaitista que mora na sua cidade tocar música clássica na cromática com um vibrato comparável, MUITO COMPARÁVEL por sinal, ao vibrato - sem meias palavras - MARAVILHOSO do Franz Chmel. O Marcelo seguramente tem um dos melhores vibratos de cromática do mundo depois dessa. E olha que eu já ouvi muito. Coisa de Eberienos.

o que me dói o coração é não ver esse cd sendo vendido pela web, pq a vontade que me dá é de fazer uma resenha à altura e divulgar no harp-l e no slidesmaster e mandar cópias para os gaitistas de cromática do mundo inteiro, para dizer "vejam, vejam esse cara tocando aqui, vejam". Mas isso é com o Marcelo e o César, eles têm um trabalho, eles têm uma postura profissional diante da música e eles devem buscar isso se eles quiserem. Aliás, que eles me avisem se eles resolverem fazer isso.

quem gosta de cromática deve comprar esse cd. não deve piratear, deve comprar. eu empresto muitos mp3 de muita gente, mas este cd eu não vou piratear. eu vou comprar alguns só prá mandar para alguns amigos mais chegados que eu sei que vão gostar e que eu sei que farão o cd passear pelas mãos certas. Chico blues, vc queria dicas de gaitistas? Pegue o Marcelo. Já passou da hora.

não deixem de ouvir.

sábado, 20 de maio de 2006

Dica do fim-de-semana

Parece que o Howard Levy aparece várias vezes em um programa de rádio famoso lá dos EUA, sempre com gente diferente.

Aqui:
http://tinyurl.com/lpk4x

Bom sábado,
Bresslau

quarta-feira, 17 de maio de 2006

Jimmy e as Jams Laws

ontem eu e a Lud encontramos o Jimmy no Ah,Bon!

primeiro que o pão do Ah,Bon! não é incomensuravelmente caro e é excelente

segundo que o Jimmy tinha ouvido falar das jams via Mari e começou a contar das experiências de Jam dele na California. Se inveja matasse, meu amigo... e dando as dicas de Jams dele

claro que o nível de uma Jam do Jimmy é uma coisa muito acima do nosso nível de Jam de barbearia, mas eu acho legal o Jimmy ser o cara acessível que é.

prá quem não conhece o Jimmy, ele é "O" bateirista de jazz de BH. Viveu a maior parte da vida dele na California e já tocou com meio mundo dos nomes famosos e dos nomes obscuros do Jazz. Não vou nem falar que o cara é foda.

é engraçado tb como é diferente jam nos states e jam no brasil. jam nos states é uma coisa cultural. Músicos idosos nos states não param quieto dentro de casa. Aqui, a jam só tem gente mais nova. Músicos mais experientes parecem se sentir inferiorizados de tocar com os iniciantes, ou preferem ainda ficar em casa tocando na cozinha.

acho que os músicos daqui ficam pensando "se eu andar com os novatos, as pessoas não vão achar que eu sou profissional". Certamente é por isso que grande parte dos gaitistas profissionais não participa do gaita-l, enquanto no harp-l, parece ser o contrário, quem posta mais são justamente os mais fodas. Leia Michalek, Bonfiglio, e etc.

é uma pena. a graça maior da música é o tesão de tocar com mais gente. mas tudo bem, é uma posição e eu respeito. só lamento ;-)

o mais importante é a música. é o resultado final, é o ambiente amistoso e democrático onde ninguém julga ninguém e onde todo mundo tá ali pq curte blues e pq vai ter é muito blues autêntico. é a amizade da galera.

foi o que eu aprendi na barbearia original de Washington. Uma cidade com tantos problemas de racismo, que foi palco de manifestações pacíficas e violentas pelos direitos civis das minorias, onde o preconceito não é tão velado quanto o daqui, tinha na barbearia um lugar onde gente de todos os lugares se tratavam de igual para igual, independente de cor, credo, nacionalidade ou idade.

eu sei que a primeira barbearia me fez sentir muito bem. e fez muita gente se sentir bem tb. a gente não precisa ficar ouvindo música ruim e vendo tv ruim só pq é o que eles põem na nossa frente. Basta sair de casa e ir tocar com quem tem bom gosto musical como vc ;-)

fácil assim

segunda-feira, 15 de maio de 2006

Charlie Musselwhite por Richard Hunter

E pensar que eu deixei de ir a um show pois um gaitista famoso amigo meu me disse que o o CM era o gaitista mais supervalorizado que existe...

Aliás,

6/13/2006 Bourbon Street BRAZIL
6/14/2006 SESC BRAZIL
6/16/2006 Jazz & Blues Festival BRAZIL (Rio das Ostras?)
6/17/2006 Jazz & Blues Festival BRAZIL


---------- Forwarded message ----------
From: Richard Hunter <>
Date: May 15, 2006 7:54 AM
Subject: [Harp-L] Charlie Musselwhite at Cafe du Nord, San Francisco, May 13 2006

I saw Charlie Musselwhite perform last night in San Francisco. It was a great show; my wife called it the best live performance she'd seen in ten years. Charlie fronted a band that included guitar, bass and drums. The guitarist was a young guy from Norway, and he played solid blues with a distinctive style that meshed very well with Charlie's harp. The rhythm section was solid and driving; altogether it was the best band I've heard behind Charlie since the great Robben Ford/Skip Rose band that recorded "Takin My Time" back in the 1970s.

Charlie's own playing was outstanding. He twists the pitches of his notes; "bending" is too tame a word for what he does to a reed. Especially on the high notes, his sliding-out-of-tune notes project incredible emotion -- a howling moan with a center of deep sweetness. It's one of the most personal and emotional sounds I've ever heard from any harp player. He used 3rd position, 2nd position, 1st position, and 5th position (E minor on a C harp) effectively to get the message across. On 3rd position pieces especially his low end notes ripped hard, and his sliding pitches made a big impact on my heart.

He played through an Audix Fireball into a Fender guitar amp (I didn't see the model -- might have been a twin). I talked to him after the show, and he told me that the mic is not a standard Fireball; the first Fireball he tried didn't have enough low end, and he sent it back to Audix for mods. I think I'm going to ask Audix for the same mod on my Fireball. That mic had the clarity I associate with my Fireball, but a much heavier punch in the midrange and low end. I used my Fireball in a jam at the Blues Station in Columbus Ohio last week, and it worked great for jazz tunes on the chromatic, but not so well on blues -- lots of cut, but no grind. Charlie had plenty of both. He told me that he likes the Fireball especially for its very low feedback.

I've said in a previous post to this list that Charlie Musselwhite can do no wrong. He finished the night with "Cristo Redentor;" his performance on this song on the 1969 Vanguard album "Tennessee Woman" changed my life. Last night's performance was more assured and moving than I've ever heard him play before. Charlie is clearly playing at his peak now. If Charlie passes through your town with this band in tow, make a point of seeing him.

regards, Richard Hunter
hunterharp.com

sexta-feira, 12 de maio de 2006

CD do Marcelo Batista

Olá amigos;

gostaria de comunicar que o gaitista, ou melhor, harmonicista, como ele
prefere ser chamado, Marcelo Batista lançou seu CD Cordas e Harmônicas.

Para quem não conhece, o Marcelo é professor e luthier autorizado pela
hering, e mora em BH no bairro Floresta.

O CD tem 10 músicas, 9 de autoria do Marcelo ou do seu parceiro Cesar Brito.
A única q não é deles é a famosa Autumn Leaves. 8 são executadas em cromática,
e duas em diatônica. O CD é todo instrumental e ele tá vendendo à R$12,00.
Não tô ganhando nada com issso, hehe, quem dera. Só tô divulgando porque
ele é um cara gente boa e o cd ficou bem legal.

(...)

bem, é isso.

abraços;
Tarcisio.

>>>>>>>>>

Telefones do Marcelo Batista - (31) 3222-8715 / 9991-9061

quinta-feira, 11 de maio de 2006

Corner switching

Já que essa técnica tá sendo discutida paralelamente na Gaita-L e na Harp-L, coloco aqui alguns posts de autoridades no assunto. Se alguém quiser traduzir pro português, é só falar.

---------- Forwarded message ----------
From: Robert Bonfiglio
Date: May 11, 2006 4:17 AM
Subject: [Harp-L] Corner switching
To: harp

Since I studied with Chamber, who taught me corner switching, I happen to know that neither Adler, Reilly or Sebastian used corner switching in their playing to any extent. They all jumped. I will corner switch hundreds of times in a single Harmonica Concerto movement.

The only new part of this is I have developed a technique to tongue out of both sides of my mouth while using corner switching. This technique keeps the notes in tune even in the high register where tonguing tends to bend the pitch.

The big question is - Do I believe that one should corner switch in jazz? Absolutely! I play blues harp going back and forth between tonguing and spit position all the time. I even sometimes use switch corners on blues harp. What's the big deal? When you need to leap, go out of spit and into switch corners and back to spit. You can learn to do leaps over the corners like D-G-D-G-D-G by going left to right then up left to right then up left to right. You can also play A-D-A legato by going left to center to right. Don't get caught in dogmas. If you learn both spit and tonguing, you can play back and forth for different passages and you expand what you can do on the harmonica.

Toots uses whistle or spit position only, but in the 70's when I was at his apartment, he noticed that I used switching on some passage and commented how legato it was.



---------- Forwarded message ----------
From: Winslow Yerxa
Date: May 11, 2006 2:42 AM
Subject: [Harp-L] Speaking of corner switching
To: harp-l

Corner switching, and the skills that support and extend it - are included as a part of my series of articles at http://harmonicasessions.com The series is titled "Chromatic for Diatonic Players," but the techniques described work for both chromatic and diatonic.

To alternate between playing out of the right corner and the left corner, you need to be able to play an entire melody out of either side, left or right. Anything one side can do, the other side should do equally well, in all registers of the harp, and with the same tone, articulations, bends, and anything else. Switching back and forth can then be done with full confidence and flexibility. Having a dominant (strong)side means having a weak, poorly developed supporting side, and what's the point of that?

The associated skills of playing split intervals - notes or chords on both sides of the tongue simlutaneously extends the possibilties of corner switching. So do the various chordal texture techniques done with the tongue - rakes, shimmers, lifts, slaps, and hammers.

Corner switching describes one apect in a continuum of enbouchure capabilities that allow the tongue to do on the harmonica mouthpiece what a hand does on the piano keyboard or on the strings and fingerboard of a guitar. Why play with one finger when you could have two, or three, or five?

The series at harmonicasessions.com presents simple exercises and audio examples that let you sample and learn the basic embouchure skills described. It's not an exhaustive method - there isn't space for that.
But it should give you an idea of how to develop your abilities with these important and powerful techniques.

Winslow

quinta-feira, 4 de maio de 2006

Blues na Suécia

---------- Forwarded message ----------
From: Richard Hunter <>
Date: May 4, 2006 12:26 AM
Subject: [Harp-L] Brief report from Stockholm
To: harp-l

I was in Stockholm last Friday night, and looked up the local blues
society web page. I found to my delight that the Mercury Blues Band
featuring Joakim Barcheus on harmonica was playing within a 15 minute
walk of my hotel.

I dropped by the bar and introduced myself. Joakim asked me to sit in.
I listened to the band's first set of solid Chicago-style blues.
Joakim uses his own customized Marines Bands mostly, played into an
apparently ancient brown-and-tan Premier amp (the amp section is in a
box that sits on the floor in front of the speaker -- you don't see a
lot of that anymore, if you ever did before) through an Astatic JT-30 --
in other words, a very traditional Chicago blues setup. His sound was
strong, and the crowd had a great time, me included. The crowd was a
lot more mixed than one usually finds in a nightclub in the USA --
people ranging from their teens to the sixties -- and everyone seemed
relaxed and into the music.

I started off the second set with the band, and played two instrumentals
-- "Comin Home Baby" on an A Natural Minor Lee Oskar in 2nd position,
followed by Walter Horton's "Have Mercy" on a CX12 chromatic. It was a
lot of fun, and the big tube amp combined with the Astatic produced a
VERY large sound with the chromatic harp. There's a reason why people
use those rigs...

Anyway, the blues has an audience in Sweden, and it's fun to hang out
with them. The Mercury Blues Band seems to play regularly -- if you're
in Sweden, check out their web page at
http://web.comhem.se/~u83406314/index2.htm.

thanks and regards,
Richard Hunter
hunterharp.com


Engraçado que quando ele fala que The crowd was a
lot more mixed than one usually finds in a nightclub in the USA --
people ranging from their teens to the sixties -- and everyone seemed
relaxed and into the music.
, eu imediatamente me lembrei do público de blues que o Nix e eu encontramos em Londres, que é diferente do público do Brazil e da Alemanha. Com o extra positivo de que a presença feminina em Londres é relativamente grande e interessante.
Abraços, (beijos para o público brasileiro feminino de blues)
Bresslau

quarta-feira, 3 de maio de 2006

Barbearia confirmada!

Neste Domingo, dia 7, traga seu instrumento musical (ou o gogó mesmo) e venha participar da primeira barbearia de blues ;-)

A barbearia de blues é um espaço onde rola um som acústico e onde todo mundo está convidado a vir participar e ouvir. Vale tudo, menos amplificar!

Quanto custa? R$ 3, prá pagar o aluguel do espaço. caro hein?

Pode trazer sua cerveja tb. mas traga gelo pq a geladeira não funciona...

A barbearia acontece no Espaço Cultural Myra, na Av do Contorno 2395, Floresta, perto do Perrela, em frente ao Paco Pigalle, de 15h às 20h.

Pq ficar em casa vendo faustão ninguém merece.

Mais informação sobre a barbearia em BH e a barbearia original de Washington D.C., veja em http://gaitabh.blogspot.com/2006/04/barbearia-de-blues.html