desde a entrada da bends no mercado, houve o "gold rush" das fábricas querendo arrebanhar a maior quantidade possível de endorsers possível. O cenário da gaita de 2008 certamente era muito diferente de 1998, quando o Flávio reinava absoluto, abrindo duramente as portas para toda uma legião de gaitistas de blues brasileiros.
o argumento que eu ouvi era que os endorsers eram formadores de opinião (e são, especialmente quando são professores) e ajudam no aperfeiçoamento técnico das gaitas. E eventualmente há uma simbiose promocional entre fábrica e artistas.
em compensação, o único microfone que eu vi uma fábrica ativamente promover foi o mic-5 da hering, feito pela lesson, que gostemos ou não, nem de longe parece um mic bullet, que é um sonho entre 90% de todo gaitista que está começando.
é um sonho pq 90% destes gaitistas, apesar de ouvirem de seus professores de gaita que o timbre não vem do equipamento, ainda assim acreditam na sonoridade blues que só pode vir de um amp valvulado caríssimo e de um mic bullet (quanto mais bizarro o mic bullet, melhor, inclusive)
o sonho do gaitista iniciante é tocar bem. e prá isso vale gastar (não pouco) em amp, mic, pedaleira, v-amp... e eventualmente, em gaitas. De preferência as mágicas, que produzam os famigerados bends.
o que eu acho é que as fábricas prestam atenção demais aos endorsers e de menos aos equipamentos. E por não fazer o menor sentido no ideário blues dos gaitistas, eu achei o mic-5 uma escolha totalmente sem sentido da hering. Eu entendo e respeito a opção técnica do mic-5. O que eu não entendo é pq ele não é bullet.
mais uma vez, não precisa ser um mic bullet de ótima qualidade, mas tem que ser bullet. Tem que satisfazer a fantasia do gaitista. Podia ser até o gel de cabelo hering-piazza. Ou a gravata (se nossos gaitistas seguissem o exemplo dos californianos e tocassem de terno).
a mesma coisa se aplica aos amps. a meteoro fez uma boa tentativa com o meteoro sérgio duarte, e acho que foi um passo na direção certa. talvez só não devesse se chamar meteoro...
enfim, elucubrações de sábado de manhã chuvosa pós natal.
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