dois artigos interessantes a respeito
Aptidão Musical e Genética [1]
Aptidão Musical e Genética [2]
(...)Recentemente um estudo muito interessante sobre o assunto foi publicado no Jornal of Medical Genetics. A idéia do estudo era quantificar a importância do material genético na aptidão musical. Para isto, os pesquisadores alistaram 15 familias (234 pessoas) inteiras na Finlândia que tivessem algum músico profissional ou amador ativo e quantificaram a aptidão musical de cada individuo através de 3 testes padronizados, calculando assim scores de aptidão. Depois disso, os pesquisadores avaliaram 1000 marcadores diferentes no DNA de cada indivíduo (i.e. microsatélites) e correlacionaram a frequência destes marcadores com os scores dos testes de aptidão. Os pesquisadores também avaliaram correlações entre os scores a idade e sexo dos voluntários. Como esperado, os scores estabilizam a partir de uma certa idade (no caso 9 anos de idade) e isto é interpretado como sendo prova de que a maturação musical do cérebro ocorre relativamente precoce. Como o título deste blog é sobre o óbvio, eu não poderia deixar de abordar o assunto... Então aí vai: os pesquisadores Finlandeses concluiram (entre outras coisas) que é impossível se tornar um músico profissional sem ter aptidão!
A nota em um dos testes utilizados para avaliar aptidão musical mostrou-se hereditável e esta hereditabilidade variou de 21% a 57% sendo que a hereditabilidade dos três testes combinados foi de 48% (e isto foi estatisticamente significativo). Além disso, usando os dados dos marcadores, uma região do cromossomo 4 (4q22) foi identificada como sendo relacionada ao fênomeno. Esta região tem 50 genes diferentes sendo que um deles (i.e. netrin receptor UNC5C) está relacionado com desenvolvimento neuronal (extensão axonal e migração celular) e sabidamente interage com um gene envolvido na patogênese da dislexia. Isto parece sugerir que as faculdades linguísticas e musicais podem ter uma mesma origem evolutiva. Em resumo, é preciso ter material genético apropriado para ter aptidão musical e é impossível se tornar músico profissional sem ter aptidão(...)
Antes das pessoas resolverem atirar pedras dizendo que o esforço é o mais importante e que qualquer um pode ser o que quiser da vida desde que tenha força de vontade, peço que [1] leiam os links acima, [2] prestem atenção nos negritos (meus) e [3] conte até 10 antes de ficar revoltado e pensar um pouco no que realmente significa o post, que fala sobre uma tendência, não sobre uma certeza.
Fala Kenji.
ResponderExcluirRapaz eu sempre achei mesmo que pra ser um músico de verdade você tinha que ter aquela palavrinha "DOM", rs.
Esse post veio para confimar isto e também me dar um banho de agua fria, rsrsrs.
Mas tudo bem, eu não tinha a pretensão de ser um gaitista profissional.
Abraço!
Adriano Vieira
Que interessante esse trabalho Kenji!
ResponderExcluirGalera, todo mundo botando os recém-nascidos pra ouvir Musselwhite!
Assim vamos cultivar uma geração inteira de gaitistas, heheheh.
Voltando ao assunto, embora esta aptidão se desenvolva cedo, o cérebro humano tem muitas outras formas de desenvolvimento musical. Algumas são patologias outras são aptidões súbitas mesmo. Estou lendo um livro muito interessante sobre isso: Alucinações Musicais (http://www.ciadasletras.com.br/web_store.cgi?details=12286&buy=yes&cart_id=9391421.2883&titulo_p_ini=%5eA&pg_pesq=5&slink=1)
Quem gosta do assunto "Música e Cérebro" vai adorar.
[]s
Leo Naressi
Léo
ResponderExcluirdeixei um post sobre uma ilusão auditiva interessante no blog do meu trampo, pode te interessar
http://blog.vettalabs.com/2008/03/31/parece-mas-nao-e/
Eu acredito que a aptidão de uma pessoa vai muito além da carga genérica que carrega essa pessoa. Acredito que o contato que essa pessoa têm com o meio e o psicológico da pessoa influencia muito a sua capacidade de aprendizagem.
ResponderExcluir:)
Existe um aplicativo online pra saber se tem aptidão musical. Vale a pena conferir:
ResponderExcluirTESTE DE APTIDÃO MUSICAL ONLINE ETM