no meu cd do salamandra está escrito 1994. Deve ter sido em 94 mesmo que eu fui prá SP, quando eu peguei o show de lançamento do salamandra do blues etílicos no sesc pompéia. Foram só 11 anos atrás. Não havia Lud, não haviam outros gaitistas conhecidos. Havia um Kenji jovem e triste, sem namorada, bastante retraído e tímido, cdf, recém-entrado na faculdade, passeando em SP, dormindo na casa da avó que morava a uma quadra da estação brigadeiro de metrô. Nessa época eu ouvia muito blues, muita gaita, e andava sozinho por SP em busca de lojas de música e quadrinhos (andei umas 15 quadras a pé prá chegar na banca tiragem pq eu sabia que era na alameda lorena, mas não sabia em que altura).
foram nessas férias sui generis em SP que eu tentava conversar com minha prima Mona (ela nunca foi de conversar, mas sempre teve um estilo bacana, cabelo pintado, sempre gostei de cabelo pintado), lembro que peguei emprestado uma blusa africana verde com minha tia Marisa e fui pro show de blusa africana (nada mais justo). Era a época áurea do Blues Etílicos, num show com dois bateristas ao mesmo tempo e os solos do flávio me arrancavam lágrimas sinceras que só quem ama o blues de verdade entende o que é ficar feliz de chorar. Jovens de 20 anos são muito emotivos e românticos.
foi quando eu comprei um cd da zélia duncan (o primeiro) na benedito calixto e quando eu ouvi a gaita, eu imediatamente reconheci o timbre do flávio. e fiquei orgulhoso de conseguir reconhecer isso de ouvido.
queria ter fotos disso. ou pelo menos, a tal blusa africana ;-)
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